terça-feira, 13 de julho de 2010

A arte de reclamar - utilidade pública


Tempos atrás eu publiquei aqui no blog um texto no qual eu me definia como 'O Reclamão'. Desde que tomei posse dessa ferramenta fantástica chamada internet (a coisa mais democrática do mundo) eu não consigo mais aguentar calado nenhuma afronta aos meus direitos. Tudo vem parar aqui!

Já falei de Oi, Claro, Net, Jet, GVT, marcas de biscoito, sites da internet... obviamente, nenhuma destas quebrou por causa das minhas críticas. Mas, mesmo assim, algumas me deram resposta às broncas que publiquei na internet, o que me deixou muito satisfeito. Aliás, devo dizer, foi o caso da Claro, que prestou-me um péssimo serviço de internet 3G, mas foi digna o suficiente para levar em consideração todas as minhas broncas e resolver meu problema.

Ao tornar públicas as minhas insatisfações, através da internet, eu não estou patenteando a invenção da roda, estou mesmo copiando o que milhões de pessoas já andam fazendo pelo mundo todo. No Twitter, empresas são denunciadas, criticadas (até mesmo a outrora toda poderosa Rede Globo, hoje apenas poderosa), porque o poder agora está dos dois lados. Com a expansão da internet, não existem mais anônimos (apenas quem quer), injustiças não ficam mais ocultas por muito tempo, erros pequenos tomam dimensões gigantescas porque todo mundo pode dar uma pincelada no problema e transformá-lo em algo inesquecível.

Impedir que outros sejam vítimas de problemas similares aos nossos, esta é a intenção. Fazendo isso, vamos nos sentir vingados pelo transtorno causado por um produto que não funcionou a contento, ou um serviço que não foi bem prestado. Calar diante de uma compra mal sucedida, hoje eu considero isso como pecado por omissão. Se você não quer criar um blog para botar a boca no trombone, existem sites especializados em receber e encaminhar sua denúncia, como o www.reclameaqui.com.br. O importante é não se omitir!

Hoje, venho aqui para não recomendar mais uma empresa, desta vez é o Banco Santander, um total irresponsável no trato com clientes. Veja: não é no trato com os clientes (todos), mas é com clientes (alguns). Não me importa se é má fé ou incompetência, vamos aos fatos...

No dia 12 de abril de 2010, estiveram com um stand montado na faculdade onde eu estudava e ofereceram o serviço de abertura de contas universitárias para os alunos. Eu, assim como vários outros, fui ao stand para abrir a conta que eu tanto precisava, uma vez que ia terminar o curso e colocar para funcionar definitivamente o meu empreendimento, precisava mesmo de uma conta corrente.

A menina do stand (muito bonita inclusive) me atendeu eufórica e pegou todos os dados necessários para realizar a abertura de conta. De quebra, ainda me ofereceu um cartão de crédito, que eu aceitei. Um detalhe engraçado: ela me pediu alguns nomes e fones para contato, eu passei um de alguém chamado Celso e eu vi quando ela anotou lá, bem direitinho... Selsso.

Um mês depois deste acontecimento, nada feito. Eu não recebi nenhuma correspondência como a menina do stand disse que eu receberia, não fui informado sobre número de agência, não recebi cartão de crédito, nada! Devido a isso, liguei para o SACO SAC do banco e pedi informações sobre "minha conta" mas não fui feliz na investida. Durante a conversa, gravada por mim e pelo banco, o atendente pediu o número do meu CPF, através do qual ele disse ter verificado que havia um cadastro com meu nome, mas não estava marcado como correntista ou qualquer outra coisa, apenas estava lá. Disse também que provavelmente eu estaria recebendo a correspondência no decorrer daquela semana (era 12 de maio, um mês depois do processo feito na faculdade).

Duas semanas depois, em cima do mês já transcorrido, voltei a ligar para o banco e gravar toda a conversa. Voltei a questionar o não recebimento de correspondência alguma e aproveitei também para questionar a existência do meu nome em um cadastro fantasma (O Código de Defesa do Consumidor proíbe a manutenção de qualquer cadastro em banco de dados quando é injustificado ou não é do conhecimento do consumidor), mas o atendente outra vez não soube me ajudar. Aliás, ele mandou que eu ligasse para a agência do banco na minha cidade onde minha conta teria sido aberta - eis o detalhe: não fui informado sobre número de agência ou qualquer coisa parecida - diante disso, ele me deu o número de telefone da "provável" agência onde minha conta deveria ter sido aberta.

A novela continuou uma semana depois, quando eu liguei para a agência bancária da minha cidade e informei toda a situação ao gerente. Eis o que ele me disse, após pedir o número do meu CPF: "Caro João de Araujo Rocha, seu cadastro realmente foi feito. O que acontece é que no mesmo dia foram feitas outras dezenas de cadastros em várias universidades, como o volume acabou sendo muito grande, isso gerou um pequeno atraso no envio das correspondências. Creio que ainda esta semana você deva estar recebendo sua correspondência com todos os detalhes." Eu agradeci a atenção (apesar de estar puto com a demora, precisando da conta) e esperei mais uma semana.

No mês de junho, uma equipe do Banco Real esteve na faculdade abrindo contas universitárias também. Aproveitei para indagar uma das vendedoras sobre o porquê de tanta demora na efetivação da conta por parte do Santander (fiz a pergunta porque o Banco Real pertence ao grupo do Santander)... a simpática menina disse que não sabia, mas era fato que todos os alunos estavam se queixando a respeito e aproveitou para dizer que com o Banco Real tudo ficava feito rapidinho!

Fulo da vida com o enrolar dos acontecimentos, voltei a ligar para a agência local do Santander e pedir explicações. A pessoa que me atendeu disse que estando naquela altura, eu não receberia mais correspondência alguma e minha conta não estaria ativa (apesar dela também ter confirmado a existência do meu cadastro). Era quase o final do mês de junho, eu aproveitei para perguntá-la se eu poderia esquecer que o Banco Santander existiu e se eu poderia me despreocupar sobre aquele maldito cadastro e abrir minha conta corrente em outro banco. De acordo com ela, sim. Eu já tinha a carta de alforria.

Deletei as conversas gravadas com o Santander, me libertei (achava) daquele problema e, já com o curso universitário praticamente encerrado, procurei pelo banco Itaú - que foi infinitas vezes mais ágil e eficiente. Pronto! Pensei: meus problemas acabaram! Tu achas?

Agora, na metade de julho (três meses depois de preencher a ficha maldita do Santander na faculdade) os desgraçados do banco passaram a ligar constrangedoramente para minha casa (sempre em horas que eu não estou) e perguntar por mim a quem atender o telefone. O que era raiva do banco passou a ser ódio, e como eu não posso mandá-los para o raio que os parta, mandei pro blog. Depois vou mandar pro reclame aqui, pra rádio, PROCON, tribunal de pequenas causas, etc, etc, etc.

A dica da semana é: fuja de cadastro para conta universitária no Santander!