segunda-feira, 25 de junho de 2012

Após ter recurso negado, "Pânico" sepulta personagem Silvio Santos


Foto: Reprodução

Neste domingo (24), o programa "Pânico na Band" começou diferente.

Em uma encenação, os integrantes do humorístico velaram e sepultaram o personagem Silvio Santos, interpretado por Wellington Muniz, o Ceará.

Todo o elenco apareceu vestido de preto e com aparência triste. De repente, um caixão entrou no estúdio do "Pânico", onde já haviam outras pessoas "chorando" pela perda.

Aos poucos, pode-se perceber, por meio de indiretas e ironias, que o "velório" era para o famoso personagem de Ceará.

"Estamos enterrando uma piada, um personagem, uma brincadeira", repetia Emílio Surita, para a tristeza de todos.

Após a exibição de algumas matérias, se abriu o caixão e lá estava Wellington Muniz, com a dentadura do papel, porém sem o tradicional microfone de Silvio Santos.

A provocação do "velório" acontece após a Justiça negar um recurso do "Pânico" pedindo a suspensão da decisão que proibiu os integrantes do humorístico de se aproximarem de Silvio Santos.

Em maio, o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Vito Guglielmi, ordenou que os humoristas não poderiam se aproximar a um raio de cem metros de Silvio. A medida também se estendeu a Band por completo, que não pode captar ou exibir imagens do dono do SBT.

Entre os argumentos da Band solicitando recurso estava o de que a medida "traduz a censura prévia à liberdade de imprensa, constitucionalmente vedada". A emissora também acrescentou afirmando que Silvio, por ser conhecido, estava "sujeito à caricatura e imitação".

O desembargador, em seu despacho, não aceitou os argumentos e afirmou que a liberdade de imprensa resguardada pela Constituição era a imprensa jornalística, informativa, investigativa e aquela que fosse comprometida com a verdade de fatos sociais e politicamente relevantes.

Para Guglielmi, o "Pânico" é uma imprensa "meramente jocosa, humorística, que daquela [a imprensa jornalística] guarda distância, ainda que mereça igual respeito".


NaTelinha / UOL