O Sílvio Santos que há em nós

Todo locutor que põe uma web rádio no ar tem um pouco de Silvio Santos. O cara que comunica, gosta de se comunicar, se diverte com isso e empreende. Quanto mais a gente aumentar esse "pouco", mais a gente se aproxima do sucesso. No dia em que o Brasil amanhece com a notícia da morte dele, que é o maior comunicador de todos os tempos, venho gravar este vídeo para regar essa semente de Silvio Santos que você e eu do rádio temos plantada em nós.

Para encontrar as semelhanças, basta saber quem foi Silvio Santos. Um cara que escalou de camelô a empresário e fez do rádio um de seus degraus. Vendendo, era comunicativo e persuasivo, pro rádio (o meio de comunicação forte da época) foi um pulo. Fez um teste e passou com folga. Viu, enquanto jovem, o surgimento da TV no Brasil e alçou sua carreira de um veículo ao outro. Quando a criatividade não coube sob a direção de terceiros, foi atrás de fazer seu próprio veículo de comunicação e lá passou a conduzir suas atrações do modo que bem entendia. E ele entendia muito bem! 

Quantos web radialistas fizeram suas próprias rádios pra entrar num ambiente que já lhe fechou portas?

Em quantas dessas frases ou características, você (comunicador) se viu? Se viu fazendo um teste pra rádio? Fazendo o seu próprio canal de comunicação (no caso online)? Se viu vendendo? Enfim... Aqui eu não tô traçando comparativos de proporção. Claro que Silvio Santos fez tudo isso com maestria, era exímio em todas essas artes (da comunicação, da venda, da apresentação, do empreendedorismo, etc). Mas, se no Silvio Santos, todos esses atributos eram árvores gigantescas de muitos frutos... Em nós, pequenos sonhadores, tem que haver, no mínimo, sementes dessas árvores. 

Ninguém quer ter um programa de rádio se não tiver o que comunicar, se não se sentir um comunicador. E quando você coloca a sua própria rádio no ar, você começa a pensar como um gestor de ideias, um cara que vai criar programas, elaborar programação, analisar resultados. E quem fazia tudo isso tão bem enquanto participava dos processos? O cara que apresentava o próprio programa e gerenciava os demais. Se fosse no SBT era Silvio Santos, mas se for na sua web rádio, é você! O ícone dessa função era ele. Você já pensou em ser o cara da sua web rádio? Você já é? Você fez ela pra isso?

Então mais do que os traços de um locutor, que Silvio Santos também tinha, você tem outras das características que faziam dele o show man que a gente conheceu. Essas características estão tão aperfeiçoadas quanto nele? De certo, não! Mas não é errado buscar encurtar a distância entre o profissional que há em você e o profissional que existiu em Silvio Santos.

Pergunte-se o que ele fazia que você pode fazer. Eu, Johnny, não quero programa de auditório na TV. Mas tirando isso, posso correr atrás do resto. Claro que não vou ter o mesmo carisma, aliás ninguém terá. E aqui é a constatação mais dolorosa da perda de um ícone como ele, é a certeza dessa lacuna impreenchível. Não tem outro Jô, não tem outro Silvio, não tem outro Pelé e por aí vai... Mas algumas das características a gente consegue sim absorver e adiciona a elas nossa própria impressão, afinal também não há outro de nós. Mas afinal, que características são essas que nós podemos incorporar? Vamos lá:

No trabalho de comunicação, a autenticidade e a alegria. Ele dominava a arte de falar sorrindo, de transmitir leveza. Treina isso! Se dirigir com igualdade a todos. Inclusive chamava as pessoas do auditório de colegas. As colegas do auditório. Repara que ele chamava alguém que estava lá e interagia com aquela pessoa da mesma maneira que ele interagia quando recebia um artista. Não havia altos e baixos na comunicação de Silvio Santos. Parecia íntimo ou colega de todos. Você consegue isso? Leva isso à beira da perfeição? Quanto mais perto disso, mais de Silvio Santos há em você.

No trabalho de gestão, adapte um conceito à sua realidade: Silvio Santos criou um grupo com seu nome. O grupo Silvio Santos. Aliás, ele criou o próprio nome... Estamos falando do Senor Abravanel. E se o nome não era bom pros negócios, ele foi bom em criar outro. A TV S abriu caminhos para um homem de negócios que, além da TV empreendeu em vários outros segmentos. Quem diria que um comunicador iria abrir uma empresa de cosméticos, né? Mas tudo é parte do grupo Silvio Santos. Ele era o cara, ele é a marca!

Quando falo de adaptar à nossa realidade, nossos negócios estão online, é aqui que a gente abre uma rádio, um canal...

Você já olhou como é o nome do meu canal? Sim, João Rocha! Você já conhece meu site? joaorocha.com. Você sabia que eu sou MEI, e sendo MEI eu sou a empresa. Eu vivo um conceito adaptado de Silvio Santos. Não tenho um grupo, mas eu agrupo ideias sobre uma marca e essa marca sou eu! Claro, eu não tinha dinheiro pra fazer um grupo de comunicação. Mas eu comprei um domínio na internet, fiz um canal no YouTube, fiz uma web rádio e virei uma empresa. Eu não pareço e eu estou muito longe de Silvio Santos, mas me inspiro no modelo de sucesso. Eu tenho que me fazer grande! João Rocha que descobriu o poder da comunicação, não pode ser apenas um cara. Eu sou uma marca. E o modelo de gestão mais bem sucedido que eu conheço se chama Silvio Santos! Minhas ambições são bem menores do que as dele e, eu não vou tentar correr pra chegar onde ele chegou. Mas o pouco que eu espero trilhar, é pela mesma rota.

O comunicador que há em mim, tem inspiração nas características dele, o dono de web rádio, apresentador de rádio, apresentador de YouTube, tem inspiração nele. Não à toa, a primeira voz que eu guardei quando aprendi a manipular a clonagem, foi essa daqui. É uma referência icônica, inigualável, mas necessariamente imitável ao meu ver. Se Silvio Santos não for sua referência, nobre comunicador, você joga fora a chance de começar o caminho pela estrada certa.

Já pensou em fazer sua marca em volta do seu nome? Valorizar sua pessoa em cima de serviços ou produtos? Já pensou que para o comunicador independente Silvio Santos deve ser a maior referência?

Tivemos o privilégio de sermos contemporâneos dessa lenda. De ver ele em ação. Nossos filhos e netos o conhecerão apenas pelo imaginário, pelo que se contará, pelo que ficou gravado. Mas nós que aqui estamos em agosto de 2024 testemunhando o fim dessa era, temos a chance de alimentar em nós algo grandioso a partir do que pudemos aprender! Morre o homem, nasce uma lenda. E nós seremos o berço dessa lenda.

Viva o Silvio Santos que há em nós!